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As colaborações com as empresas e o governo ajudam os investigadores do Malawi a resolver “problemas do mundo real”. Por: Michael Kaloki A Iniciativa dos Conselhos de Concessão de Apoio…
As colaborações com as empresas e o governo ajudam os investigadores do Malawi a resolver “problemas do mundo real”.
- Parcerias da SGCI com o sector privado e o governo para apoiar a investigação no Malawi
- O “modelo da hélice tripla” utilizado para resolver os problemas das empresas
- É necessário mais financiamento para a inteligência artificial centrada em África
Por: Michael Kaloki
A Iniciativa dos Conselhos de Concessão de Apoio Científico está a utilizar a chamada “abordagem da hélice tripla” para permitir que os investigadores africanos colaborem com os seus governos, o sector privado e outros cientistas, para fazer avançar a ciência e ultrapassar os desafios do financiamento.
Gift Kadzamira, diretor-geral da Comissão Nacional para a Ciência e Tecnologia do Malawi, membro do conselho da SGCI, afirma que a colaboração permite aos investigadores africanos resolver desafios que são únicos no continente.
“O sistema de hélice tripla refere-se às interacções entre a academia, o sector privado e o governo”, explicou Kadzamira. “O modelo, adotado em vários países, visa fazer avançar a investigação e promover o crescimento da inovação.”
Segundo a Comissária, este modelo permite às universidades “resolver problemas de investigação que o sector privado enfrenta”, em parceria com outros.
O SGCI é uma iniciativa multilateral criada em 2015 para aumentar as capacidades institucionais de 16 conselhos públicos de financiamento científico na África Subsariana. O seu objetivo é apoiar a investigação e as políticas baseadas em provas que contribuam para o desenvolvimento económico e social.
“A beleza da SGCI é que nos permite colaborar em projectos de investigação, partilhar recursos e desenvolver capacidades”, acrescentou Kadzamira. “Não estamos a trabalhar isoladamente; estamos a trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios que o nosso continente enfrenta.”
Soluções inovadoras
O objetivo destas colaborações é encontrar soluções inovadoras e aplicações práticas, disse Kadzamira.
“Estamos a garantir que o sector privado é parte integrante do processo de investigação, para que as universidades possam resolver problemas do mundo real”, explicou.
“A ciência, a tecnologia e a inovação são globais. É por isso que as parcerias com instituições como a SGCI são essenciais.”
Agora, quer ver mais apoio à investigação em inteligência artificial (IA), adaptada às necessidades africanas.
“Não nos podemos dar ao luxo de ficar para trás”, afirmou.
A Comissão Nacional para a Ciência e a Tecnologia do Malawi estabelece uma parceria com a SGCI para apoiar a investigação e as políticas baseadas em dados concretos que contribuem para o desenvolvimento económico e social.
Kadzamira sublinhou a necessidade de inclusão do género na investigação, citando os esforços da SGCI para apoiar a igualdade de género e encomendar investigação sobre temas relacionados com o género.
“Temos de garantir que a nossa investigação é inclusiva, que tem em conta as necessidades e as perspectivas de todos, incluindo as mulheres e as comunidades marginalizadas”, afirmou.
“Através deste tema, a SGCI pretende apoiar sessões de diálogo sobre igualdade e inclusão de género, bem como encomendar investigação sobre temas relacionados com o género, tais como o estatuto das mulheres enquanto cientistas e a exploração das barreiras que enfrentam”.
Financiamento da investigação
No Malawi, a iniciativa de financiamento da investigação da SGCI apoiou a investigação sobre a eficácia do etanol como combustível alternativo para veículos. O resultado foi a aprovação pelo governo do Malawi de uma série de recomendações feitas pelos investigadores, segundo Kadzamira.
Para além de conceder bolsas de investigação, o SGCI também oferece reforço de capacidades, como formação, aprendizagem entre pares e apoio técnico.
“Conseguimos obter colaboração na investigação interdisciplinar, por exemplo, analisando questões relacionadas com as alterações climáticas e a saúde”, disse Kadzamira.
“Se investigássemos sozinhos, não teríamos conseguido obter a qualidade dos resultados de investigação que pretendíamos”.
Kadzamira disse que um impacto significativo do financiamento da investigação da SGCI tem sido o aumento da visibilidade dos investigadores, não só no Malawi mas em todo o mundo. “A investigação em colaboração que tem vindo a ser realizada permitiu que as nações do Ocidente reconhecessem que existem investigadores de qualidade em África que podem fazer um trabalho de qualidade”, acrescentou Kadzamira.
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