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Em um workshop recente que envolveu 13 conselhos africanos de concessão de financiamento científico, ficou claro que o aprofundamento da compreensão e do compromisso com os conceitos de igualdade e…

Em um workshop recente que envolveu 13 conselhos africanos de concessão de financiamento científico, ficou claro que o aprofundamento da compreensão e do compromisso com os conceitos de igualdade e inclusão de gênero está começando a produzir resultados tangíveis e valiosos

Em um workshop realizado na Cidade do Cabo,  13 conselhos nacionais de concessão de verbas para ciência na África apresentaram com sucesso as primeiras versões de suas estratégias de transformação de Igualdade e Inclusão de Gênero (GEI), que deverão ser adotadas em seus respectivos ciclos de concessão de verbas.

Mas a sessão de três dias não foi só técnica: os membros do conselho foram orientados desde o início por um processo de investigação poética que expôs algumas de suas convicções mais profundas sobre a necessidade de transformação social e os motivos pessoais e profissionais por trás de seu compromisso com o projeto. Eles também foram incentivados a investir no processo de compartilhar a história de sua jornada pessoal e profissional com um público mais amplo.

Histórico e importância

Os planos de ação estratégicos, produto de três dias de intenso diálogo, envolvimento e aprendizado entre pares, facilitados pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas (HSRC), marcaram uma etapa importante na fase dois do que agora é chamado de Projeto de Igualdade e Inclusão de Gênero (GEI) da Iniciativa II do Conselho de Concessão de Ciências (SGCI 2).

A iniciativa é voltada para a criação de uma estrutura de política de GEI para orientar os conselhos no processo de desenvolvimento de estruturas para promover a igualdade e a inclusão de gênero em seu trabalho.

O projeto, agora em seu quarto ano, destaca o ciclo de concessão de bolsas de pesquisa como uma ferramenta poderosa para a integração de conceitos e abordagens de GEI, a fim de gerar uma transformação significativa, especialmente no espaço de pesquisa em Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como na sociedade em geral.

Usando uma abordagem de co-desenvolvimento, o projeto ajuda os conselhos a desenvolver estruturas de políticas que desafiam o status quo predominante em seus respectivos países, mas que, ao mesmo tempo, estão em sintonia com as necessidades e o contexto locais.

Os membros do Conselho receberam feedback personalizado e detalhado das doutoras Ingrid Lynch (HSRC) e Lilian Hunt (Wellcome Trust) sobre seus respectivos planos, que formarão a base de uma estrutura mais desenvolvida.

Destaques do workshop

  1. Explorar o seu “porquê” para a GEI e aproveitar o poder da narrativa

Todos os representantes dos conselhos de concessão de ciência que participaram do Projeto de Igualdade e Inclusão de Gênero do SGCI II foram solicitados a compartilhar suas motivações pessoais e profissionais por trás de seu trabalho no espaço da GEI. Essa foi uma oportunidade para os participantes revisitarem as motivações por trás de seu compromisso com a defesa da GEI em seus países de origem e compartilharem sua visão de mudança positiva.

Os motivos oferecidos variaram de: “Quero construir uma sociedade justa…” e “É a coisa certa a fazer”, a: “Quero tornar o mundo um lugar melhor” e percepções mais práticas, como: “Se quisermos atingir nossas metas de desenvolvimento nacional, não faz sentido excluir as mulheres.”

A investigação poética é uma metodologia baseada em artes que pode tornar os dados de pesquisa mais traduzíveis, transferíveis e acessíveis. Heidi van Rooyen, Executiva do Grupo do Impact Centre  no HSRC da África do Sul, facilitou a cocriação de um poema pelos delegados do workshop da Estrutura de Políticas da SGCI GEI com o objetivo de capturar alguns dos desafios de ser uma menina/mulher na área de CTI.

Os membros do Conselho puderam experimentar em primeira mão o poder da poesia para dar vida às realidades vividas que tornam o trabalho de igualdade e inclusão de gênero extremamente importante, quando a Professora Heidi van Rooyen (Executiva do Grupo: HSRC Impact Centre) facilitou um processo de investigação poética.

O produto da pesquisa foi um poema, incorporando a contribuição de todos os delegados, que capturou a miríade de desafios de ser uma menina/mulher/pessoa marginalizada na área de CTI. Clique aqui para acessar o poema completo.

O diretor da Jive Media Africa, Robert Inglis, usou uma citação de Simon Sinek, escritor norte-americano e criador do modelo “Why” (Por que), para incentivar os delegados do workshop da Estrutura de Políticas da SGCI GEI na Cidade do Cabo a “mergulhar fundo” nas motivações pessoais e profissionais para trabalhar no espaço de Igualdade de Gênero e Inclusão.

Entender o “porquê” por trás do trabalho é fundamental para manter a motivação entre os conselhos de concessão de verbas científicas e conseguir a adesão externa, disse ele aos delegados. Descrevendo os elementos fundamentais da narração de histórias, ele incentivou os membros do conselho a aproveitar o poder da narração de histórias como um meio de compartilhar a paixão que impulsiona seu compromisso com a transformação da GEI com um público maior, incluindo partes interessadas e financiadores.

  • “Um mergulho profundo nos domínios” – ênfase em encontrar tesouros usando ferramentas úteis

O Dr. Hunt apresentou uma visão geral da estrutura da política do GEI e das ferramentas on-line disponíveis para os conselhos. Foi solicitado aos participantes que começassem a estruturar seus planos estratégicos usando cinco “domínios” em uma matriz voltada para a produção de um plano estratégico adaptado ao país que pudesse integrar a GEI à política e à prática em todo o ciclo.

Os cinco domínios incluíam o seguinte:

  1. Definição de termos: Esse domínio concentrou-se no desenvolvimento de definições claras dos conceitos de GEI que estejam prontamente disponíveis para candidatos, avaliadores e funcionários e que sejam fundamentadas no contexto, nas legislações e nas políticas do país. Hunt explicou que um primeiro passo fundamental para introduzir a GEI nas práticas de concessão de pesquisa é entender os termos e conceitos de gênero e sua importância para a excelência da pesquisa, pois eles fornecem a base conceitual para uma análise de GEI.

“Quando todos estão na mesma página, isso reduz os mal-entendidos, promove a comunicação eficaz e garante que as pessoas implementem políticas e práticas de maneira uniforme”, disse Hunt.

  • Diretrizes de propostas para candidatos: Esse domínio concentrou-se no apoio a candidatos a pesquisas, quando relevante, para integrar uma dimensão de gênero em suas pesquisas e igualdade de gênero em suas equipes.
  • Instruções para avaliadores: O foco principal desse domínio foi o importante papel dos avaliadores na promoção da integração de considerações de GEI em propostas de pesquisa dentro das agências de financiamento e destacou a exigência de que os avaliadores avaliem a qualidade da GEI e forneçam justificativas e recomendações aos candidatos para melhorias.
  • Treinamento para candidatos, avaliadores e equipe: Esse domínio concentrou-se na necessidade de treinamento para todas as partes interessadas relevantes. Como a análise de GEI ainda precisa ser institucionalizada, as agências de financiamento devem estar à altura da tarefa de preencher essa lacuna até que as universidades incorporem a GEI em seus currículos de pesquisa, disse Hunt.
  • Avaliação da implementação de políticas: Esse domínio enfatizou a importância de os conselhos incorporarem planos de avaliação ao desenvolverem políticas para permitir uma avaliação prática quantitativa e qualitativa.

Todos os membros do conselho tiveram tempo para se envolver com os cinco domínios (mergulhando para trazer à tona as pérolas) em plenário. Com o apoio dos facilitadores, cada conselho teve tempo para usar as ferramentas fornecidas para realizar o processo de elaboração de um plano (polimento das pérolas). Depois disso, cada conselho apresentou seu plano (compartilhando as pérolas) e recebeu feedback individualizado, com ênfase no aprendizado conjunto em um ambiente de apoio.

Considerações finais

O workshop proporcionou um espaço extraordinário para aprendizado, reflexão séria e trabalho árduo. Cada equipe do conselho saiu do encontro munida de uma estrutura bem pensada para um plano estratégico novo ou aprimorado, com o objetivo de incorporar a GEI às operações nacionais. Ficou evidente para os facilitadores que a confiança na capacidade dos membros do conselho de melhorar a integração da igualdade de gênero e da inclusão em seu trabalho criou raízes e está, de fato, aumentando.

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