Tema: Organizações de financiamento

A ciência e a inovação são fundamentais para o futuro de África. Mas em muitos países da África Subsariana, o financiamento da ciência, tecnologia e inovação (CTI) continua a ser…

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A ciência e a inovação são fundamentais para o futuro de África. Mas em muitos países da África Subsariana, o financiamento da ciência, tecnologia e inovação (CTI) continua a ser baixo, incerto e fortemente influenciado por factores políticos e económicos. Um resumo de política recente, “How Do Political Economy Factors Influence the Evolution of Science Funding in Sub-Saharan Africa?”, explora a forma como a política, as estruturas de financiamento e a dinâmica do poder institucional moldam o financiamento da ciência na região.

O resumo, desenvolvido no âmbito da Iniciativa dos Conselhos de Concessão de Apoio Científico (SGCI), analisa cinco países – Etiópia, Quénia, Ruanda, Senegal e Tanzânia – e identifica as oportunidades e os obstáculos que os conselhos de concessão de apoio científico (SGC) enfrentam no apoio às CTI para o desenvolvimento nacional.

Porque é que o financiamento da ciência é importante

O financiamento da ciência não tem apenas a ver com orçamentos – tem também a ver com quem define a agenda, com as prioridades que são financiadas e com a forma como as decisões são tomadas. Embora os governos regionais se tenham comprometido a aumentar a despesa com a ciência, os níveis gerais de financiamento continuam baixos. Como resultado, os SGC lutam muitas vezes para financiar investigação que cumpra os objectivos nacionais, criar capacidade científica ou apoiar a inovação a longo prazo.

Principais conclusões

O resumo da política revela cinco desafios significativos que influenciam o financiamento da ciência na região:

1. Falta de autonomia e de propriedade

Muitas vezes, os CAG nacionais não têm controlo suficiente sobre o seu próprio financiamento ou prioridades. Têm de equilibrar as exigências do governo, as preferências dos doadores e os orçamentos limitados. Nalguns países, os conselhos são apenas executores, enquanto noutros, também definem a política, criando confusão sobre o seu papel.

2. Prioridades concorrentes

A maior parte do financiamento continua a ir para a saúde e a agricultura. Outras áreas críticas, como as alterações climáticas, a energia e as TIC, estão a ganhar importância, mas continuam a ser subfinanciadas. Entretanto, a ênfase na publicação de ciência “excelente”, medida através dos resultados académicos, pode pôr de lado a investigação socialmente relevante ou o reforço das capacidades.

3. Fraco envolvimento do sector privado

Embora haja um interesse crescente em parcerias com o sector privado, poucas empresas financiam a ciência na África Subsariana. Para as convencer, é necessária uma melhor comunicação, benefícios claros e uma colaboração mais forte. Alguns países não envolvem o sector privado de todo.

4. Desfasamento entre os financiadores nacionais e regionais

Os programas científicos regionais estão a crescer, mas muitas vezes os seus objectivos não correspondem às prioridades nacionais. Sem coordenação, o financiamento é duplicado – ou pior, desalinhado. Os SGC nacionais precisam de mais apoio para se alinharem com os financiadores regionais e globais.

5. Restrições de capacidade

Muitos países não têm investigadores com formação adequada em número suficiente. Muitas vezes, as universidades concentram-se mais no ensino do que na investigação, e os investigadores podem preferir oportunidades internacionais a bolsas locais. Esta situação afecta a qualidade e a quantidade dos resultados da investigação e limita a capacidade dos conselhos de cumprirem os seus objectivos.

O que pode ser feito para apoiar o financiamento da ciência?

O documento sugere várias formas de avançar:

  • Reforça a apropriação local: Os SGC nacionais devem liderar a definição das agendas de financiamento. Os doadores podem apoiar este processo, alinhando-o com as estratégias nacionais e ajudando a reforçar as capacidades internas.
  • Diversifica as parcerias: O envolvimento do sector privado, da sociedade civil e dos financiadores internacionais pode abrir novos canais de financiamento e tornar a ciência mais adequada aos problemas do mundo real.
  • Coordenar melhor o financiamento: Os financiadores regionais e nacionais devem trabalhar em conjunto para evitar sobreposições e garantir que os investimentos científicos sejam eficazes e alinhados.
  • Concentra-te no impacto: Em vez de financiarem apenas a ciência para publicação, os financiadores devem também apoiar a investigação que aborda os desafios locais e desenvolve capacidades a longo prazo.
  • Apoia o diálogo sobre políticas: A SGCI e outras iniciativas podem ajudar, reunindo financiadores, decisores políticos, investigadores e comunidades para discutir o tipo de ciência de que África precisa e como financiá-la.

Um caminho a seguir para a SGCI

O SGCI desempenha um papel fundamental para ajudar os SGC a enfrentar estes desafios complexos. Pode:

  • Facilita a partilha de dados e o diálogo político
  • Acompanha a forma como os CAG são financiados e geridos
  • Promove parcerias inovadoras com doadores e financiadores privados
  • Apoia os sistemas científicos inclusivos e sustentáveis em todo o continente.

Resumindo

Este documento sublinha que o financiamento da ciência na África Subsariana não tem apenas a ver com dinheiro, mas também com políticas, parcerias e prioridades. Ao compreender estes factores da economia política, os financiadores e os conselhos podem trabalhar em conjunto para criar sistemas científicos mais fortes e mais inclusivos que apoiem verdadeiramente o desenvolvimento nacional.

Temas

O SGCI visa reforçar as capacidades destes SGC para apoiar a investigação e políticas baseadas em evidências que contribuirão para o desenvolvimento económico e social.

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