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Os números mais recentes da produção de pesquisa de Uganda destacam a necessidade de fechar a lacuna de gênero 1. Desigualdades evidentes nas diferenças salariais entre homens e mulheres 2….
Os números mais recentes da produção de pesquisa de Uganda destacam a necessidade de fechar a lacuna de gênero
1. | Desigualdades evidentes nas diferenças salariais entre homens e mulheres |
2. | Em Uganda, menos de um terço dos pesquisadores são mulheres |
3. | A falta de legislação está ajudando a manter a desigualdade de gênero |
[KAMPALA] Uganda tem uma proporção menor de mulheres pesquisadoras do que a média global, de acordo com um relatório da agência de pesquisa do país.
O Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de Uganda, em seu Relatório Nacional de Perspectivas de Pesquisa, lançado em 21 de junho, apontou que apenas 28% dos pesquisadores ugandenses são mulheres, em comparação com uma média global de 33%, de acordo com dados da ONU.
O número é ainda menor em áreas tradicionalmente dominadas por homens, como engenharia e tecnologia.
Entre 2010 e 2020, menos de um quarto dos graduados em doutorado em Uganda eram mulheres, de acordo com o relatório.
Os números trazem à tona a questão da desigualdade de gênero que prevalece na pesquisa científica na África, um tópico que está no topo da agenda da Science Granting Councils Initiative (SGCI), um programa para desenvolver a capacidade das agências de concessão de ciência no continente.
O SGCI é apoiado pelo IDRC (International Development Research Centre) do Canadá e por cinco outras organizações de financiamento.
Falhas nas políticas
Diakalia Sanogo, especialista sênior em programas do escritório regional do IDRC para a África Central e Ocidental, com sede em Dakar, Senegal, tem uma ideia clara de por que a desigualdade de gênero persiste.
Ele argumenta que a falta de legislação apropriada e a fraca implementação de políticas de financiamento de ciência e pesquisa prejudicaram os esforços para a igualdade e inclusão de gênero.
“Muito estava sendo feito para tornar a igualdade e a inclusão de gêneros uma tendência dominante, especialmente em ciência, tecnologia e inovação, mas a transformação de gêneros precisa de soluções reais”, diz a pesquisadora.
Para Sanogo, essas desigualdades se manifestam em diferenças salariais, bem como em atitudes e comportamentos.
“É por isso que dizemos que é importante nos livrarmos do comportamento negativo aumentando a conscientização por meio do diálogo”, acrescenta.
Ingrid Lynch, pesquisadora principal do Projeto de Gênero e Inclusão da SGCI, acredita que essas desigualdades surgem logo no início do sistema educacional.
Ela diz que um dos primeiros lugares em que as meninas se perdem em STEM é no ensino fundamental.
“Temos muitas respostas políticas que tentam abordar essa parte do pipeline com vazamento”, diz Lynch, que também trabalha no Conselho de Pesquisa em Ciências Humanas na África do Sul.
Ela disse que apenas alguns países têm as chamadas políticas de continuação, nas quais as meninas são realmente apoiadas para ter acesso total aos seus direitos educacionais.
Por exemplo, ela destaca que, em Serra Leoa, as meninas grávidas podem permanecer na escola pelo tempo que desejarem e podem retornar imediatamente após o parto.
Roteiro da igualdade
Steven Sebbale, membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de Uganda, acredita que encontrar a solução para a desigualdade de gênero se resume a examinar as contradições estruturais, históricas e contextuais que perpetuam as questões de gênero dentro do sistema.
Como exemplo, ele aponta a disparidade geográfica entre as universidades. A maior parte da atividade de pesquisa nas universidades públicas está concentrada nos centros urbanos, deixando as universidades remotas para trás e os pesquisadores que trabalham nelas sem exposição a oportunidades de concessão.
“Estabelecemos uma Aliança para a Equidade de Gênero na Pesquisa, que basicamente reuniu esses pesquisadores de diferentes universidades satélites, sentou-os à mesa e ouviu suas histórias e, em seguida, [we] foi possível elaborar um roteiro de concessão de pesquisa inclusiva, de educação”, diz Sebbale.
O objetivo, explica ele, é permitir que as universidades desenvolvam políticas de gênero e “desconstruam algumas dessas nuances há muito tempo mantidas”.
Este trabalho foi realizado com o auxílio de uma bolsa do International Development Research Centre, Ottawa, Canadá. As opiniões expressas neste documento não representam necessariamente as do IDRC ou de sua Assembleia de Governadores.
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