O potencial de inovação de África é vasto, mas o fosso entre as instituições de investigação e a indústria continua a impedir o progresso. Um workshop recente, organizado pelo Centro…
O potencial de inovação de África é vasto, mas o fosso entre as instituições de investigação e a indústria continua a impedir o progresso. Um workshop recente, organizado pelo Centro Scinnovent e pelos seus parceiros, abordou este desafio de frente, oferecendo ideias e recomendações práticas para promover colaborações mais fortes e mais sustentáveis.
Principais desafios identificados com a colaboração investigação-indústria
O seminário destacou vários obstáculos persistentes:
- Investimento limitado do sector privado na investigação devido ao baixo rendimento dos conhecimentos de interesse público.
- Ligações fracas entre o meio académico e a indústria, agravadas por culturas organizacionais diferentes.
- Assimetria de informação, quando as partes interessadas não têm igual acesso aos dados relevantes.
- Infra-estruturas de comercialização insuficientes, incluindo gabinetes de transferência de tecnologia e centros de inovação.
Modelos promissores e estudos de caso
Os participantes exploraram iniciativas bem sucedidas em todo o continente:
- A Agência de Inovação Tecnológica da África do Sul (TIA) fornece financiamento, infra-estruturas e desenvolvimento de competências.
- Os institutos CSIR do Gana estão a comercializar produtos como a água mineral e o cimento, apesar das restrições legais iniciais.
- O Centro de Inovação do Botsuana apoia os empresários locais, incluindo programas inclusivos como “espaços só para raparigas” e serviços de acolhimento de crianças.
Estes exemplos sublinham a importância de abordagens adaptadas, desde as empresas comuns até à tutoria e à incubação.
Recomendações de ação
Para colmatar o défice de colaboração entre a investigação e a indústria, o seminário propôs:
- Criar plataformas de diálogo, como a Parceria para a Transferência de Conhecimentos do Ruanda, para ligar o mundo académico ao mundo empresarial.
- Mecanismos de financiamento inovadores, como os cupões de insumos inspirados no Programa de Subsídios aos Insumos Agrícolas do Malawi.
- Reforçar as políticas de PI e as estratégias de comercialização nas instituições de investigação.
- Apoiar colaborações entre países, como o intercâmbio de investigação Oliver Tambo entre o Quénia e a África do Sul.
Um apelo para passar do discurso à ação
Tal como foi sublinhado por oradores como Tsepo Hachigonta da NRF, o tempo para a discussão já passou. África tem agora de implementar soluções práticas e localizadas que beneficiem não só os financiadores e as universidades, mas também a sociedade em geral.
Pesquisa e Recursos
Temas
O SGCI visa reforçar as capacidades destes SGC para apoiar a investigação e políticas baseadas em evidências que contribuirão para o desenvolvimento económico e social.

Utilização de dados concretos na elaboração de políticas
