Tema: Gênero e Inclusão

Em toda a África, a ciência, a tecnologia e a inovação (CTI) estão a ganhar força como poderosos motores de desenvolvimento. Os governos, as instituições e os financiadores reconhecem agora…

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Em toda a África, a ciência, a tecnologia e a inovação (CTI) estão a ganhar força como poderosos motores de desenvolvimento. Os governos, as instituições e os financiadores reconhecem agora que os sistemas de investigação inclusivos são cruciais para enfrentar os desafios do continente e alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No entanto, há uma questão que ainda precisa de atenção urgente – a igualdade de género na ciência.

Um novo estudo de investigação analisa de perto a forma como o género está a ser abordado pelos Conselhos de Concessão de Apoio Científico (SGC) de África. Explora o que estão a fazer, o que está a funcionar e o que precisa de mudar.

O que é que o estudo abrange

Esta investigação centrou-se em 15 SGC que fazem parte da Science Granting Councils Initiative (SGCI). Estes conselhos nacionais são responsáveis pela gestão do financiamento da investigação, pelo apoio à inovação e pela definição de políticas de ciência, tecnologia e inovação (CTI). O estudo perguntava: Como é que os SGC apoiam a igualdade de género? As mulheres estão a ter igual acesso ao financiamento e às oportunidades de investigação? As questões de género são tidas em conta na investigação que é financiada?

Para responder a estas questões, a equipa de investigação utilizou três métodos:

  1. Analisa as políticas nacionais e os estudos anteriores sobre o género.
  2. Debates de grupos de reflexão com líderes de CAG dos 15 países.
  3. Análise bibliométrica, ou seja, uma revisão das publicações científicas para compreender os padrões da investigação e das colaborações relacionadas com o género.

Principais conclusões: Género nas IST

O estudo concluiu que a maioria dos SGC reconhece que a igualdade de género é necessária, mas a sua tradução em acções continua a ser desigual.

  • Há mais homens do que mulheres a trabalhar nos CAG, especialmente em cargos superiores.
  • A maioria das bolsas de investigação são atribuídas a homens e estes têm mais probabilidades de receber montantes mais elevados.
  • Apenas alguns SGC dispõem de programas específicos para apoiar as mulheres na investigação.
  • O género é frequentemente ignorado no conteúdo da investigação, mesmo quando os projectos se centram em questões que afectam as mulheres.

O estudo refere ainda que os desafios estruturais, como o financiamento limitado, a fragilidade das políticas e as barreiras culturais, dificultam a capacidade dos CAG para promoverem plenamente a igualdade de género.

O que está a ser feito

Embora os progressos sejam lentos, alguns SGC estão a dar passos essenciais:

  • No Quénia, na Zâmbia e no Senegal, bolsas de estudo específicas apoiam as mulheres na ciência.
  • O Malawi e a Etiópia têm programas de orientação e formação de mulheres investigadoras.
  • Alguns conselhos estão a incluir considerações de género nos convites à apresentação de propostas ou a acompanhar os dados para ver quem beneficia de financiamento.

Apesar destes esforços, muitos CGS debatem-se com a fraca participação das mulheres, em parte devido a questões de confiança, obrigações familiares e culturas institucionais ultrapassadas.

Porque é que isto é importante

A igualdade de género é mais do que uma questão de justiça. Trata-se de tornar a ciência melhor. Equipas de investigação diversificadas produzem soluções mais fortes e mais inovadoras. Quando as mulheres são incluídas, a investigação pode refletir melhor as necessidades de toda a população. Isto ajuda os países a progredir em direção ao ODS5 (Igualdade de Género) e a outros objectivos globais.

Além disso, os sistemas de CTI que capacitam tanto as mulheres como os homens têm mais probabilidades de criar empregos, impulsionar o crescimento económico e resolver problemas como a insegurança alimentar, as alterações climáticas e as crises sanitárias.

O caminho a seguir

Para criar sistemas de CTI mais inclusivos, o estudo faz várias recomendações:

  • Os CAG devem desenvolver e aplicar políticas de género que não se limitem aos números e se centrem na mudança cultural.
  • É necessário aumentar o financiamento e os programas destinados às mulheres investigadoras, especialmente em domínios dominados pelos homens.
  • A formação e a tutoria devem apoiar a liderança das mulheres na ciência.
  • Os indicadores de CTI devem incluir dados sobre o género para informar as decisões e acompanhar os progressos.
  • Os homens também devem ser envolvidos como aliados na promoção da igualdade de género.

Mais importante ainda, os SGC devem ver-se não apenas como financiadores mas como agentes de mudança. Têm o poder de moldar quem faz ciência – e que tipo de ciência é feita.

Em resumo

Este estudo transmite uma mensagem clara: África não se pode dar ao luxo de deixar as mulheres para trás na ciência. Se os SGCs assumirem o seu papel na promoção da igualdade de género, podem ajudar a construir um futuro em que a ciência e a inovação funcionem para todos. A viagem já começou, mas ainda há um longo caminho a percorrer – e cada passo em frente conta.

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O SGCI visa reforçar as capacidades destes SGC para apoiar a investigação e políticas baseadas em evidências que contribuirão para o desenvolvimento económico e social.

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