Tema: Gestão de Pesquisa

O Fórum Anual de 2019 dos Conselhos de Concessão de Apoio Científico da África Subsariana marcou o ponto de partida para as discussões sobre o paradigma transformador da Ciência Aberta….

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O Fórum Anual de 2019 dos Conselhos de Concessão de Apoio Científico da África Subsariana marcou o ponto de partida para as discussões sobre o paradigma transformador da Ciência Aberta. Estas conversas exploraram o seu significado para África e os potenciais papéis dos Conselhos no avanço do seu desenvolvimento. O documento baseia-se nessas discussões, destacando os principais argumentos e insights acionáveis.

Os últimos 30 anos trouxeram uma revolução digital, impulsionando avanços sem precedentes na forma como os dados são adquiridos, armazenados e partilhados. Esta transformação global permitiu a ciência orientada para os dados, uma abordagem revolucionária que identifica padrões profundos em fenómenos complexos. Ao contrário da ciência tradicional orientada por hipóteses, a ciência orientada por dados permite que os investigadores aproveitem todo o potencial das tecnologias digitais. É um motor essencial da Quarta Revolução Industrial, oferecendo imensas oportunidades de progresso social e científico.

África deve construir uma base científica e educativa sólida para maximizar as oportunidades criadas pela inovação digital. O paradigma da ciência aberta amplifica o impacto coletivo da investigação ao promover a partilha de dados, a colaboração e o acesso equitativo ao conhecimento. Proporciona também uma forma rentável de enfrentar os desafios colocados pelo ritmo acelerado dos avanços tecnológicos.

A recente criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) constitui uma oportunidade para alinhar as iniciativas de Ciência Aberta com uma maior mobilidade e colaboração regional. Uma área africana coordenada de Ciência Aberta poderia impulsionar ainda mais a inovação e o dinamismo económico em todo o continente.

Requisitos essenciais para a ciência aberta

A ciência aberta assenta num ecossistema de ferramentas e processos que apoiam a partilha e a reutilização de dados científicos. Estes incluem:

  • Gestão eficiente dos dados de investigação com normas comuns de utilização e de citação.
  • Quadros de licenciamento abertos que permitam um acesso equitativo aos dados.
  • Plataformas de publicação acessíveis e de acesso livre para resultados científicos.
  • Ferramentas computacionais e de aprendizagem automática de ponta para uma maior eficiência da investigação.

Igualmente importante é promover um maior envolvimento da sociedade na ciência para co-criar conhecimentos legítimos e acionáveis com aplicações práticas.

Os Conselhos de Concessão de Apoio Científico como Catalisadores da Ciência Aberta

Os Conselhos de Concessão de Apoio Científico estão numa posição única para promover a Ciência Aberta na Investigação e Inovação. Enquanto intermediários entre os governos e a comunidade de investigação, podem

  • Facilitar iniciativas pan-africanas de Ciência Aberta para aumentar a colaboração e o impacto.
  • Defende a harmonização das políticas em matéria de propriedade intelectual, normas de dados e publicação de acesso livre.
  • Promover o investimento em infra-estruturas de TI, incluindo a computação de alto desempenho e os sistemas de computação em nuvem.
  • Permitir o desenvolvimento de métricas que recompensem as práticas de ciência aberta em vez de penalizarem os investigadores.

Desafios e oportunidades

África enfrenta desafios significativos na criação de capacidades de Ciência Aberta. O investimento na ciência continua a ser o mais baixo per capita a nível mundial, sendo a maior parte do financiamento proveniente do exterior do continente. Muitas universidades estão subfinanciadas, com acesso limitado a recursos computacionais avançados.

Apesar destes obstáculos, há iniciativas promissoras que oferecem uma base para o crescimento. O Square Kilometre Array (SKA) está a desenvolver uma poderosa infraestrutura computacional, enquanto os projectos de educação digital e os investimentos do Banco Mundial revelam potencial.

Além disso, África beneficia de fortes ligações à Internet e de redes nacionais de investigação e ensino (NREN) em crescimento, que poderão constituir a espinha dorsal de uma rede intra-africana de ciência aberta, se forem devidamente apoiadas.

A Ciência Aberta oferece a África uma via transformadora para ultrapassar barreiras históricas e participar ativamente na economia global do conhecimento. Tirando partido das tecnologias digitais e promovendo a colaboração, as nações africanas podem impulsionar a inovação, reforçar a capacidade de investigação e criar benefícios socioeconómicos duradouros.

Com um forte apoio dos Conselhos de Concessão de Apoio Científico e das partes interessadas, o continente pode libertar todo o potencial da Ciência Aberta na Investigação e Inovação.

Recomendações para promover a ciência aberta em África

Para concretizar plenamente o potencial da ciência aberta na investigação e inovação, o documento apresenta várias recomendações:

  1. Cria uma Área Africana de Ciência Aberta para coordenar os esforços regionais.
  2. Alinhar as iniciativas de ciência aberta com as prioridades de desenvolvimento nacionais e pan-africanas.
  3. Desenvolve uma concordata com financiadores internacionais para salvaguardar a propriedade intelectual africana e apoiar o crescimento da carreira dos investigadores.
  4. Incentiva as instituições a subscreverem o Acordo Internacional de Ciência sobre Dados Abertos.
  5. Para alinhar os esforços da Ciência Aberta com as prioridades africanas, promove o diálogo entre as partes interessadas – governos, decisores políticos, universidades e agências internacionais.
  6. Explora a criação de sistemas informáticos federados para melhorar a colaboração e a eficiência.

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